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a) ‘Pai Nosso’ Em todos os tempos, a humanidade tem se voltado para a divindade a quem chama ‘Pai’. Com isto, a humanidade pretende reconhecer Sua autoridade e suplicar o Seu amor. O Antigo Testamento? Não surpreende que entre os livros inspirados do Antigo Testamento, vinte e dois textos Hebreus, Aramaicos ou Gregos atribuam ao Senhor Iahweh o nome ‘Pai’. Deus é o primeiro de todos os pais do povo de Israel. Esta paternidade divina singular é relacionada a eventos históricos envolvendo o povo de Israel. Deus é o pai de Israel porque Deus estabeleceu por meio de eleição e pacto, uma existência para Israel que o transformou no filho primogênito de Deus, um povo propriedade de Deus. Há dois componentes na paternidade divina: autoridade e amor. Deus é Pai de Israel. Desta forma Ele merece a soberania, o prestígio, o poder e a legítima autoridade de pai de família, daqueles filhos que dependem dele e que lhes são subordinadas, para lhe mostrar respeito e obediência.
Deus é o pai de Israel. Cuidadoso e carinhoso com Seus filhos, Ele os cerca de amor gratuito, sempre misericordioso e fiel.
Deus é também o pai das pessoas que se relacionam intimamente com Israel. Isto envolve pessoas notáveis como o rei ou o Messias.
Em relação à paternidade de Deus para as pessoas, os autores dos últimos livros do Antigo Testamento trabalham voltados para uma mudança de perspectivas, isto é, em direção a um grande universalismo. Cada ser humano pode se tornar um filho de Deus, sem dúvida isto será realidade se ele (a) for santo e fiel a Deus. De qualquer modo, esta é uma negação da idéia do Deus “solitário” do Islamismo.
O Novo Testamento? Com Jesus, a revelação bíblica da paternidade divina entra numa nova fase. Deus é o pai de Jesus Cristo e o pai dos Cristãos. Não é raro encontrar nas Epístolas Paulinas a expressão ‘o pai de Nosso Senhor Jesus Cristo’. Por outro lado, Jesus nunca diz ”‘Pai Nosso”, mas ‘Meu Pai e vosso Pai’ distinguindo entre ‘meu Pai’ e “vosso Pai”.
O autoconhecimento da filiação de Jesus é muito claro no Evangelho. Ele frequentemente declara-se o enviado do Pai, e é chamado “o apóstolo”, isto é, “o enviado”. Jesus também afirma que sua pregação são palavras do Pai e dão testemunhos do Pai.
Os Evangelhos contém muitas orações de Jesus. Mas apenas invoca “Deus”: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” Mas este grito do Crucificado é uma citação. Todas as outras preces começam com “Pai”; para louvar, na invocação durante a agonia, na súplica na Cruz.
O Segundo Evangelho mostra-nos como Jesus se dirige a Deus com a expressão “Abba”. É uma palavra aramaica usada como forma de tratamento íntimo com uma pessoa mais velha, e muitas vezes adotada na linguagem usada pelas crianças na família, mesmo quando adultos se dirigem ao pai. Ao chamara Deus de “Abba”, Jesus demonstrou o singular relacionamento entre Ele e Deus, e ao mesmo tempo mostrou a familiaridade, a fidelidade, o respeito, a disposição que ele possui. Na oração, o judaísmo antigo, litúrgica ou particularmente, nunca ousou dirigir-se a Deus como “Abba”.
Além de ser o Pai de Jesus Cristo, Deus é também o Pai dos Cristãos em todos os sentidos. Isto não é um fenômeno puramente natural? Todos são filhos de Deus? Mas um dom escatológico em Cristo.Este conceito tem origem em Deus, que criou-nos à imagem de Seu Filho, tanto que ele tornou-se o primogênito de todos os irmãos e irmãs, e colocou em nossos corações o Espírito de Seu Filho que clama: Abba, Pai. Deus nos escolheu para sermos Seus filhos adotivos através de Jesus Cristo. O Espírito Santo testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus e nós que temos as primícias do Espírito, gememos interiormente, esperando que a adoção como filhos seja completa e definitiva.
Entretanto, é através da fé que nós efetivamos nossa filiação divina. “Vós todos sois filhos de Deus pela fé
Amor e misericórdia, perdão e paz: esses são algumas das manifestações concretas dos Cristãos como filhos de Deus. Como filhos de Deus, os Cristãos tornam-se irmãos e irmãs em Cristo, através de quem podem dirigir-se a Deus como Pai “nosso”.
Jesus, o primogênito entre muitos irmãos, chamou seus Apóstolos, aqueles que fazem a vontade de Deus e os mais Marginalizados como seus “irmãos”. Ele exortou para o amor aos inimigos assim ampliou o sentido de “irmãos”. Ele convida ao amor ao próximo que pode ser um amigo ou inimigo, aquele que ajuda e que precisa de nossa ajuda. Os dois mandamentos do Antigo Testamento são unificados. Ele aponta o amor para com os seus como fonte e fundamento de nosso amor para com os outros.
b) “Que estais no céu”
No Evangelho, Jesus fala várias vezes do “Pai … no céu” e do “Pai celeste”. O que é “céu” para Jesus e para os escritores do Novo Testamento? É o trono de Deus de onde Sua voz é ouvida. O Espírito Santo desce do céu. Jesus é do céu, veio do céu, e é do céu que um dia Ele descerá novamente. Os anjos sempre vêm do céu. A recompensa do Cristão está no céu: a terra natal, o lar, bênção e recompensa, esperança e herança. Céu é, portanto uma realidade divina? E frequentemente substitui o nome de Deus.
c) “Pai nosso que estais no céu”.
Intimamente unidos a Jesus o Filho Único, todos os seus discípulos constituem uma única família de filhos adotivos de Deus. Eles podem dirigir-se a Deus como “Pai” de toda a humanidade que Ele ama, e em Seu amor onipotente Ele inclina-se para conceder a humanidade Sua transcendência que humanamente é impossível atingir.
A SANTIFICAÇÃO DO NOME DE DEUS
Esta é a abertura de uma série de três súplicas relacionadas a Deus. O pronome possessivo na segunda pessoa do plural é utilizado nos pedidos: “vosso” nome, “vosso” reino, “vossa” vontade. A voz passiva teológica pode ser observada no primeiro e no terceiro pedido: “santificado seja”, “seja feita”, significando “para vós”. Os três pedidos, portanto podem ser interpretados como “santificai vosso nome” “venha e reine”, “fazei vossa vontade”. O nome é entre os semitas aquilo que constitui um indivíduo, pelo menos o desejo que impõe e define as suas qualidades. Mas se na humanidade há aqueles que não honram seus nomes, Deus torna plenamente efetivo o significado de Seu Nome. Entre os nomes divinos há também “o Santo”. E Deus é realmente Santo, visto que Ele transcende as realidades terrestres; Ele está afastado da ineficácia e maldade do mundo, pois é absolutamente poderoso e bom. Isto recorda também que os Judeus falavam com respeito do “Nome de Deus” de forma a evitar a referência direta a “Deus” mesmo.
b) A Santificação do Nome
De acordo com a Bíblia o Nome de Deus podia ser santificado ou profanado pelo homem ou por Deus. A humanidade santifica o Nome pela observância de Seus Mandamentos. Ela profana Seu Nome quando os transgride. Estabelece: “Guardareis os meus mandamento e os praticareis. Eu sou Iahweh. Não profanareis o meu Santo Nome, a fim de que Eu seja Santificado no meio dos filhos de Israel”.
Observe-se as duas formas paralelas: uma condicional “guardará” e “a fim de que Eu seja Santificado”; e outra imperativa “guardará” e “não profanará”. Para Deus, santificar (não profanar) Seu Nome é manifestado pela punição dos Israelitas culpados de idolatria no Egito e a sua libertação. Deste modo os Egípcios não podem acusá-lo de ter sido impotente no auxílio do Seu povo perseguido e oprimido pelo Faraó. Deus também santifica Seu Nome (não profana) intervindo para punir os pecadores pagãos. Deste modo os idólatras vêem o Seu poder...
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