segunda-feira, outubro 31, 2011

O CONSOLADOR PROMETIDO_parte2

A nova revelação torna claro, também, que o sofrimento nunca é eterno e cessa pelo arrependimento sincero e a reparação dos erros cometidos, tudo de acordo com as leis divinas, justas e infalíveis.

Essas leis explicam todas as anomalias da vida terrena, tas como as desigualdades sociais, o progresso moral das criaturas, assim como as aptidões intelectuais, as doenças incuráveis e todos os problemas que possam surgir com relação ao ser humano.

Realiza, assim, o Espiritismo, a Doutrina dos Espiriritos, sistematizada para os homens, tudo o que Jesus prometeu; relembra seus ensinos, o egoísmo  das interpretações inexatas que deram origem às alterações do Cristianismo primitivo; vem trazer a consolação aos que sofrem, explicando as causas das dores; demonstra que a morte, tão temida e incompreendida, é apenas o fim da vida do corpo, continuando o espírito imortal a sua trajetória nos mundos espirituais; enfatiza a necessidade do amor a Deus e ao próximo, como base essencial para aquisição de todas as virtudes; desenvolve a fé e a esperança em todos os que o estudam e o praticam; descortina e explica a doutrina da reencarnação em mundos materiais, como a terra, dando um outro sentido à vida, não aceito pela maioria das religiões; desenvolve nas criaturas, que se esforçam por praticá-lo, a fé, a paciência, a coragem e a resignação, pela certeza da perfeição das leis de Deus, que jamais falham na sua justiça perfeita.

O Espiritismo, extremamente abrangente em seus ensinamentos, confirmando todos os ensinos e exemplos de Jesus, traz à humanidade o conhecimento de coisas novas, para que o homem se conheça e saiba de onde vem, para onde vai, que é imortal, e que atingirá, no futuro, a plena felicidade.

Como o consolador e suas verdades incontestáveis esvaecem as ideias de céu, inferno e purgatório, como destino das almas e criações das religiões e de determinadas crenças que delas derivam.
Por outro lado, o materialismo multi uso vê-se desmentido pela realidade dos fatos, pela verdade e pela própria vida.

Desejando que a vida seja encarada dentro da realidade, a Doutrina Consoladora induz o homem a não dar às dificuldades e vicissitudes terrenas, maior importância, porque sabe que todas elas são passageiras.

Sabendo que há sempre um perspectiva de felicidade futura, dependente de suas próprias ações visando sempre o bem e evitando o mal, a presença permanente dos ensinos doutrinários, em seus pensamentos, ajuda-o a adquirir a paciência, a resignação nos duros reveses, a coragem para jamais desanimar diante das dificuldades, sem desfalecimento, qualquer que seja o obstáculo.

A luz do Consolador, iluminando o mundo e não mais debaixo do alqueire dos interesses de diversas seitas, é um chamamento permanente ao homem para dela se beneficiar.

Não há, justificativa para que tarde a população deste mundo de "expiações e provas" em beneficiar-se dessa luz, que a conduzirá certamente ao caminho do bem, da verdade e da vida abundante.

Se somente um pequena parcela da população mundial tomou conhecimento do Consolador, é certo e lógico que compete a essa pequena minoria propagar, disseminar suas verdades por todo orbe terrestre.

Essa é a grande missão dos espíritas, atuais e futuros, mas é evidente que a dimensão da tarefa demanda séculos e, talvez milénios, para ser cumprida, uma vez que se trata de convencer biliões de pessoas, dotadas de inteligência, vontade,convencimento e liberdade de abdicar de suas ideias, arreigadas em seus espíritos , por outras superiores, mas que não podem ser impostas, por sua própria natureza.

As religiões tem por objetivo unir os homens entre si, e todos a Deus.

Entretanto, os filhos do Criador se dividem, perseguem uns aos outros e chegam a se odiar.

Como será diferente nosso mundo quando todos se respeitarem mutuamente, praticarem o amor em toda sua abrangência, caridade, compreensão, respeito, ajuda ao semelhante! Pelas novas perspectivas que dá aos homens, pela fé que lhes incita, pelas consolações que lhes oferece em todas as circunstâncias e pela esperança que lhes faz confiar no futuro, o Espiritismo é o Consolador Prometido e enviado pelo Cristo à humanidade terrena, com aprovação de Deus Criador de todos os princípios.

quinta-feira, outubro 27, 2011

O CONSOLADOR PROMETIDO _ parte 1

A infinita sabedoria de Jesus Governador espiritual deste mundo de expiações e provas, que ele dirige desde sua criação, por determinação de Deus, o criador de todo o universo, pode ser percebida através de seus ensinamentos e explicações, que ficaram registrados nos Evangelhos por alguns de seus discípulos.

Sua superioridade de espírito puro fica evidenciada não somente pelas narrativas evangélicas, mas também por outras razões, que se tornam evidentes e perceptíveis, no seu tratamento com as pessoas de diferentes condições evolutivas, sempre visando ser entendido em suas lições pelos que tinham maiores dificuldades de compreensão.

Esse procedimento do Mestre verifica-se não somente à época em que esteve em contato com as diferentes classes sociais de então, mas também aos dias atuais, em que a população deste orbe, que ele supervisiona, diversifica-se enormemente, no que concerne ás crenças religiosas, aos conhecimentos em geral e às formas de vivência.

Em decorrência  das dificuldades de entendimento de seus ensinos, por aqueles que o ouviram, o Mestre utilizava linguagem simples, ao alcance das inteligências menos desenvolvidas, valendo-se também das parábolas e dos símbolos que sabia estarem ao alcance de seus ouvintes.

Entretanto, apesar de todo seu esforço, Jesus sabia que muitas de suas lições só seriam assimiladas, em sua verdadeira significação, no futuro, quando as inteligências estivessem mais desenvolvidas.

A comprovação de que o cristianismo, tal como o transmitiu o Cristo, com simplicidade e segurança mas com absoluta fidelidade e realidade e a verdade, seria desvirtuado pelos homens, não demorou a ocorrer com as interpretações desajustadas e impróprias dos ensinos, para atender aos interesses de cristãos invigilantes.

Logo após o fim da excepcional missão do Mestre incomparável, com sua volta aos parametros celestes, começaram o divisionismo e o prevalecimento dos interesses imediatos, culminando no conluio dos cristãos com o imperador Constantino, no ano 325, obtendo assim a aliança com o poder temporal e o fim das perseguições de quem eram vitimas.

As instituições criadas pelos cristãos, especialmente a Igreja Católica Romana, passara, a se orientar por cultos exteriores e costumes, transformando o Cristianismo primitivo em um poder humano cada vez maior interessado em concorrer com o poder dos reis e potentados, e a ele aliar-se, durante todo o período histórico que se inicia com a Idade Medieval e alcança os dias atuais.

Por saber o que ocorria com os ensinos e os objetivos de sua missão extraordinaria junto aos homens, foi que Cristo, em determinado momento de sua permanência entre seus tutelados na terra, resolve preveni-los pedindo lhes que guardassem seus ensinos e avisando-os que rogaria ao Pai lhes enviasse outro consolador, para ficar sempre com eles.

É o Consolador a presença da Espiritualidade superior junto aos homens, relembrando as lições do Mestre e acrescentando novos conhecimentos que o Cristo não transmitiu pela incapacidade de entendimento daqueles a quem se dirigia diretamente, como é exemplo Nicodemos , um dos doutores da lei, no diálogo com Jesus, demonstrando a incapacidade generalizada do povo para percepção do que lhe era desconhecido.

O advento do Espiritismo, nos meados do século XIX com a presença do Espírito da Verdade e de uma plenitude de Espíritos Instrutores, manifestando-se através de médiuns de confiança, credenciados pelo orientador e Codificador dos trabalhos, o missionário Allan Kardec, foi o cumprimento da promessa  do Cristo.

Os Espíritos Instrutores revelaram verdades que a ciência e a filosofia não aceitaram inicialmente.
As religiões cristãs interpretaram mal os ensinos evangélicos e transformaram-se em um conjunto de dogmas impróprios, incompreensiveís e falsos, como se fossem derivados do cristianismo.

A vida futura, tratada de forma vaga e imprecisa no Evangelhos é agora esclarecida plenamente pela Doutrina Consoladora, com a demonstração da existência do mundo espiritual de forma inequívoca, de vez que são seus próprios habitantes que o descrevem e desvendam as dúvidas em suas comunicações com os homens , os futuros habitantes do mundo invisível, após a morte do corpo físico.

As comunicações espirituais esclarecem ainda que aqueles que se amam, no nosso mundo material, podem se encontrar no além. segue....      >>>

quarta-feira, outubro 26, 2011

A CORTE E O REI


Talvez não seja preciso entender de leis para concluir que a Justiça é tão corruptível quanto a mais presumivelmente honesta instituição do mundo. O Marquês de Pombal comprou a extinção, pelo Vaticano, da Companhia de Jesus, por um punhado de ouro do Brasil. Há um episódio na história inglesa, entretanto, que não é menos exemplar por mostrar o contrário. O caso teria acontecido durante a Idade Média: um príncipe foi flagrado a promover arruaças em plena Londres. Quando o detiveram e o levaram a um juiz, ouviu, perplexo, que, apesar de príncipe, seria punido com uma detenção. Avisado a tempo, o rei podia ter interferido, mas não o fez. Acatou a sentença com elogios ao magistrado. Que, mais tarde, se tornaria uma espécie de ministro da Justiça do próprio príncipe, quando este, por sua vez, sucedeu a seu pai.
Elogios e palmas – a Justiça venceu. Mas Friederich Dürrenmat (1921-1990), escritor suíço, tem um trabalho arrasador sobre os juízes. Na novela“A Pane”, ele conta de um jovem que, inadvertidamente, por causa de um problema em seu carro, numa aldeia, é convidado para um jantar com juízes aposentados e que é submetido a um interrogatório impiedoso – simples divertimento para os magistrados que revivem assim os “velhos tempos”. Na brincadeira, porém, o jovem confessa seus erros – não mais que as baixezas que todos cometemos em vida. Como resultado, antes do final da madrugada, após um lauto jantar, o jovem se suicida – o que deixa os velhos magistrados apenas um pouco consternados.. Não se sabiam tão poderosos com o que consideraram apenas uma brincadeirinha.
Dürrenmat, porém, deve ter sido mais rigoroso com a Suíça por ser seu país e por conhecê-la mais de perto. No fundo, todos nos reconhecemos nos juízes – sejamos brasileiros, argentinos ou israelenses. Todos teríamos uma Suíça dentro de nós. Mas não apenas enquanto nação ou representação.
Essa a tese, das pinturas de Georges Rouault (1871-1958). Foi um católico fervoroso, e grande parte da sua obra são imagens dilaceradas de Cristo, santos mártires, prostitutas e palhaços. Trata-se de um universo até previsível, com a exceção notável de algumas pinturas em que ele figurou, justa e explicitamente, juízes. Nelas, os magistrados são representados mais do que o comum dos mortais, como a encarnação do cinismo. Não parece um tema para ser levado muito a sério, pelo menos sob o ponto de vista conceitual. Rouault, atualmente um pouco ignorado, foi um grande pintor. Afora um ou outro crítico, ninguém contesta que suas pinturas figurem no Museu d’ Orsay ao lado das de Matisse e Picasso. Fica em aberto, mesmo assim, seu juízo sobre os juízes: ninguém nega que eles errem – mas quando o fazem, serão eles os únicos culpados?
Foi uma das perguntas que Dostoivesky deve se ter feito quando se viu arrolado num processo que marcou sua vida. Ao ser flagrado como membro de uma organização revolucionária (hoje ela seria chamada de “terrorista`) na Rússia czarista, o então jovem escritor viu-se condenado à morte pela Justiça. De nada valeram as primeiras apelações: o juiz manteve a sentença de pena capital, que, felizmente para a literatura universal, só não foi levada a termo, porque um decreto de clemência promulgado pelo Czar em pessoa, pouco antes da execução, livrou o escritor do pior.
Não que os juízes errem mais que do os outros mortais. Ou que a recomendação de Cristo sobre “a primeira pedra”, não lhes valha, pelo menos para entendê-los em sua dimensão humana.
Há os episódios na história recente do Brasil. Os juízes que aceitaram julgar os presos políticos da Ditadura Brasileira, certamente tinham medo. E só quem não esteve sob o guante de um regime como o que vigeu no Brasil, dirá que resistiria, ou que não acataria uma detenção política, por “delito de opinião”. Mas todos sabemos como as coisas andam, não apenas no Brasil. E fala-se, não só das ditaduras ou apenas das questões políticas. No filme “O Julgamento de Nürenberg,” de Stanley Kramer – uma ficção em tudo pertinente do que aconteceu em Nurenberg depois da Segunda Guerra, há um momento em que um dos juízes alemães que, por sua vez, está no banco dos réus com os chefes nazistas, alega que uma só vez ele se compôs com o regime hitlerista. Não achava que estava sendo sentenciado com justiça, pois, no mais, ignorava os crimes cometidos pelo regime hitlerista.
Seria uma razão ponderável que, no entanto, foi logo desqualificada por seu colega americano – um de seus antigos admiradores, mas agora encarregado de julgá-lo: ele lhe dirá o que é verdade. Basta transigir uma única vez com a injustiça (como se faz atualmente nos Estados Unidos com a tolerância à tortura e ao assassínio dos inimigos políticos), e ela contaminará todo o resto, o poder inclusive. Foi o que transpareceu na reflexão de um monarca português, o rei Dom Pedro I, de Portugal, no século XIII. Ao ouvir da Corte que deveria absolver dois pajens que mataram um judeu para roubar – já que se tratava “apenas de um judeu” – ele fez, entre dentes, uma consideração que valeu como sentença: “Hoje é um judeu”, dizia e repetia, “amanhã será um cristão”. E para a consternação geral das damas da Corte, que tinham os dois jovens assassinos em alta conta (eram “bonitos”), ordenou que os executassem, sem quaisquer outras considerações. Ainda que se lhe possa condenar por seu rigorismo, o rei deixou claro que crimes são crimes, sejam contra quem forem. E por quem quer que os cometam.
Na época, o assassínio era punido com a morte; não havia qualquer comiseração. Ao recontar a história, porém, o romancista e historiador Alexandre Herculano não deixa de registrar que o rei fez sua fama de justiceiro, também a partir daquele episódio: a justiça em Portugal não vigeria, se realizada na suposição de que uns valeriam mais que os outros. Ou bem a justiça fazia-se para todo o mundo, a despeito da religião – ou do poder econômico . Ou não haveria justiça.





segunda-feira, outubro 24, 2011

O GLOBO EM REVOLUÇÃO


O que eles têm em comum a Bolívia, Islândia, Tunísia, Egito Atenas e Espanha? Além de ser famosa, respectivamente, para mulheres com chapéus altos, os vulcões, mosaicos, pirâmides e, parece pouco para conectar esses países diferentes, mas todos eles estão passando por formas mais radical da revolução social temos visto desde o colapso do Muro de Berlim e do império soviético.
É provável, porém, que, pelo menos nos casos da Bolívia, Islândia e Espanha, as pessoas ao redor do mundo não têm idéia do que está acontecendo. Vamos recapitular:
Janeiro de 2006 - Bolívia : Evo Morales, um indígena de energia da Bolívia o indice aumentado para 54% dos bolivianos nas eleições e, mais tarde, em 2009, foi reeleito com 63% dos eleitores.Morales foi eleito em uma campanha para criar uma Assembléia Constituinte para redigir uma nova Constituição, de nacionalizar a indústria de gás e introduzir a reforma agrária, o que fez em seu primeiro mandato. A nova Constituição foi abolida a utilizar as guerras como meio para resolver conflitos.
Janeiro de 2009 - Islândia : O governo islandês é derrubado por protestos populares que começou com o colapso do sistema bancário islandês privado. Os arranjos para os cidadãos da Islândia vai pagar os prejuízos sofridos pelo Reino Unido e Países Baixos foram rejeitados por duas vezes em 2010 e 2011, e realizou um fórum nacional que levou à criação de uma Assembleia Constituinte para projetar uma nova constituição nacional .
Dezembro de 2010 - Tunísia : Mohamed Bouazizi, um vendedor de rua na pequena cidade de Sidi Bouzid, Tunísia, queimada num ato de desespero trágico após o confisco de sua propriedade, provavelmente devido à sua incapacidade de pagar propina à polícia local . Este ato provocou protestos em todo o país que levou à queda do ditador Ben Ali 28 dias depois. Eles já demitiu um número de funcionários associados com a polícia secreta do ditador foi dissolvido e eleições foram chamados para uma assembléia constituinte em 23 de Outubro.
Janeiro de 2011 - Egito : A campanha, principalmente a resistência civil, começa no Egito, aparentemente inspirados pelos acontecimentos da Tunísia, o assassinato de um jovem rapaz, Khaled Saeed, nas mãos da polícia, o governo opressivo de Hosni Mubarak e estado de emergência que tinha sido mantida desde 1967. Os manifestantes exigiram a renúncia do ditador em três semanas ele tinha ido embora. Além disso, a Constituição foi reformada, o Partido Nacional Democrático e a temida polícia secreta foram dissolvidos e Mubarak está sob prisão e levado a julgamento junto com seus filhos.
Maio de 2011 - Espanha : Um movimento que floresceu em redes sociais, sob o nome já convocou protestos Democracia Real na Espanha em 15 de Maio, uma semana antes das eleições municipais de 22. Em Madrid, brutalidade policial contra os manifestantes levaram para o acampamento na Puerta del Sol, praça central, e outros fenômenos semelhantes ocorreram em toda a solidariedade das comunidades na Espanha e em outros lugares. Desde então, o movimento mudou o nome para 15-M e tem desenvolvido um estilo de montagem de consulta pública, com enorme reuniões públicas nas cidades, vilas e aldeias, sempre com o objetivo de recolher as demandas das pessoas e chegar a acordos baseados em consenso. Neste momento o movimento está em curso na Espanha para chegar à capital em 23 de julho em que se espera que seja uma manifestação em massa contra a corrupção política, sistema democrático corrupto e leis eleitorais que mantêm.
Com tudo isso acontecendo bem podemos perguntar se há Revolução Global.
É claro que o sistema econômico não pode ser mantido por mais tempo. O sistema especulativo - o que significa que o preço do petróleo não é determinado pelo que é necessário para removê-lo da terra hoje, mas que pode ser vendido no futuro, está causando o custo dos alimentos está cada vez mais exercendo alta aumentando a pressão sobre os pobres do mundo. Sistema bancário especulativo atingiu o ponto de colapso e os governos estão desperdiçando o dinheiro dos contribuintes para salvá-los. Se você ou eu vou para o casino e perder todo o nosso dinheiro em um jogo de poker, somos pessoalmente responsáveis. Se um banco tem perdido todo o nosso dinheiro em estratégias de jogo arriscado, aparentemente o governo (ou seja, contribuintes) tem que pagar!
Todas estas revoluções descrito acima pode ser de fato ligado ao sofrimento terrível econômicas enfrentadas pelas populações desses países devido a um sistema econômico que não funciona, e na verdade tem apenas quem nunca trabalhou para uma minoria do mundo .
A crise virá com o tempo para todas as economias no mundo e em muitos lugares da direita conservadora e aumento violento no papel de salvador, só para perseguir ainda mais pessoas.
E depois vamos ver - como vimos o colapso do sistema soviético - não haverá o apocalipse. Em vez disso, vamos ver, como estamos vendo nesses países, inspirando o caminho da não-violência irá provar ser a forma mais eficaz. A forma não-violenta você pode fazer isso se o sistema mostra sua violência faz com que o caminho mais rápido para a revolução social. Nós aprendemos essa lição de Gandhi e Martin Luther King.
Onde quer que agindo num Mundo Sem Guerras, que é nossa responsabilidade contribuir para o melhor de nós mesmos e transmitir tudo o que aprendemos sobre a não-violência a todos aqueles que estão dispostos a sentar e ouvir. Através da não-violência o nosso futuro coletivo como uma espécie é assegurada, da mesma forma que a nossa destruição coletiva como uma espécie também é garantido através da violência.

domingo, outubro 23, 2011

CIRCO DO HORROR


O corpo mutilado de Gaddafi vem sendo amplamente exibido pela mídia e sua morte celebrada como o símbolo do fim da tirania na Líbia. Segundo o analista egípcio e especialista em política do Oriente Médio, Mahan Abedin, em depoimento divulgado pela Folha de São Paulo (21/10/2011 – 5h26), o “fim” do ditador reforçará a adesão a levantes populares como forma de combater regimes autoritários. Abedin, assim como outros, compara positivamente a situação da Líbia com a deposição de ditadores vizinhos, o egípcio Hosni Murabak e o tunisiano Zine al-Abedine Ben Ali.
No entanto, há uma grande diferença entre estes movimentos populares que precisa ser seriamente considerada: o uso da violência. No Egito, assim como na Tunísia, as manifestações foram politizadas o suficiente para se pretenderem pacíficas. Obviamente isto não significa que ninguém morreu, que nenhum manifestante foi preso ou que não houve violência policial ou resistência por parte dos governos. Somente no Egito, segundo o relatório do ICG (International Crisis group), 9 mil manifestantes ficaram feridos e, pelo menos, 800 pessoas foram mortas. Na Tunísia o número de feridos divulgado pelo jornal Le Monde (5/2/2011 – p. 7) foi de mais de mil e a ONU contabilizou em torno de 300 mortos. Na Líbia, contudo, conforme números do próprio governo, 60 mil pessoas foram feridas, 4 mil estão desaparecidas e o número de mortos foi contabilizado entre 25 e 30 mil.
Um fator decisivo para tamanha diferença no número de mortos e feridos talvez tenha sido o envolvimento da OTAN no conflito na Líbia. Ou será que isso vai ser ignorado a fim de evitar um grave problema político? Não é por nada, mas o único conflito da longa primavera árabe em que a OTAN participou teve um percentual de mortos relativo à população aproximadamente 460 vezes maior do que no Egito e 180 vezes maior do que na Tunísia. Um número, sem dúvida, alarmante!
Por este e outros motivos, eu defendo que o evento na Líbia pode, sob uma determinada perspectiva, ser melhor comparado, por exemplo, com a morte brutal de Mussolini, de Saddam Hussein e até de bin Laden, mas não com os levantes democráticos árabes. Isso porque o que pareceu realmente importar não foi a justiça e a democracia, mas a exposição de corpos ensanguentados, maltratados e deformados pela sede de vingança como num julgamento medieval.
Tal tendência ao espetáculo me preocupa muito quando se pretende que ela esteja na base da democracia. Como pode o ódio, a ira, o assassinato brutal e a exposição do corpo como troféu combater a tirania e o terrorismo? Feliz ou infelizmente a democracia envolve muito mais do que a simples deposição de um tirano. Ela envolve maturidade política suficiente para se querer submetê-lo ao Tribunal. Mas, por querermos vingança é que a história não julgará Gaddafi, e o seu regime ficará conhecido como resultado de uma ação pessoal que se acabou assim que seu agente morreu a olhos vistos.

sexta-feira, outubro 21, 2011

Nando Reis/HOJE MESMO

Cada pensamento tem um poder peculiar todo seu.

Cada palavra, ao ser pronunciada, vibra pelo corpo

todo e movimenta cada célula e átomo do seu ser.

O tempo não foi capaz de voltar para trás,

para eu te ver aos 16 anos, hoje eu vejo que as pedras continuam só pesando,

pois ela nunca ira joga-las.









quarta-feira, outubro 19, 2011

A VONTADE DE CADA UM


Querer é poder! O poder da vontade é ilimitado. O homem, consciente de si mesmo, de seus recursos latentes, sente crescerem suas forças na razão dos esforços. Sabe que tudo o que de bem e bom desejar há de, mais cedo ou mais tarde, realizar-se inevitavelmente, ou na atualidade ou na série das suas existências, quando seu pensamento se puser de acordo com a Lei divina. E é nisso que se verifica a palavra celeste: "A fé transporta montanhas."

Não é consolador e belo poder dizer: "Sou uma inteligência e uma vontade livres; a mim mesmo me fiz, inconscientemente, através das idades; edifiquei lentamente minha individualidade e liberdade e agora conheço a grandeza e a força que há em mim. Amparar-me-ei nelas; não deixarei que uma simples dúvida as empane por um instante sequer e, fazendo uso delas com o auxílio de Deus e de meus irmãos do espaço, elevar-me-ei acima de todas as dificuldades; vencerei o mal em mim; desapegar-me de tudo o que me acorrenta às coisas grosseiras para levantar o vôo para os mundos felizes!"

Vejo claramente o caminho que se desenrola e que tenho de percorrer. Esse caminho atravessa a extensão ilimitada e não tem fim; mas, para guiar-me na estrada infinita, tenho um guia seguro, a compreensão da lei de vida, progresso e amor que rege todas as coisas; aprendi a conhecer-me, a crer em mim e em Deus. Possuo, pois, a chave de toda elevação e, na vida imensa que tenho diante de mim, conservar-me-ei firme, inabalável na vontade de enobrecer-me e elevar-me, cada vez mais; atrairei, com o auxílio de minha inteligência, que é filha de Deus, todas as riquezas morais e participarei de todas as maravilhas do Cosmo.

Minha vontade chama-me: "Para frente, sempre para frente, cada vez mais conhecimento, mais vida, vida divina!" E com ela conquistarei a plenitude da existência, construirei para mim uma personalidade melhor, mais radiosa e amante. Saí para sempre do estado inferior do ser ignorante, inconsciente de seu valor e poder; afirmo-me na independência e dignidade de minha consciência e estendo a mão a todos os meus irmãos, dizendo- lhes:

Despertai de vosso pesado sono; rasgai o véu material que vos envolve, aprendei a conhecer-vos, a conhecer as potências de vossa alma e a utilizá-las. Todas as vozes da Natureza, todas as vozes do espaço vos bradam: "Levantai-vos e marchai! Apressai-vos para a conquista de vossos destinos!"

A todos vós que vergais ao peso da vida, que, julgando-vos sós e fracos, vos entregais à tristeza, ao desespero, ou que aspirais ao nada, venho dizer: "O nada não existe; a morte é um novo nascimento, um encaminhar para novas tarefas, novos trabalhos, novas colheitas; a vida é uma comunhão universal e eterna que liga Deus a todos os seus filhos." A vós todos, que vos credes gastos pelos sofrimentos e decepções, pobres seres aflitos, corações que o vento áspero das provações secou; Espíritos esmagados, dilacerados pela roda de ferro da adversidade, venho dizer-vos:


Não há alma que não possa renascer, fazendo brotar novas florescências. Basta-vos querer para sentirdes o despertar em vós de forças desconhecidas. Crede em vós, em vosso rejuvenescimento em novas vidas; crede em vossos destinos imortais. Crede em Deus, Sol dos sóis, foco imenso, do qual brilha em vós uma centelha, que se pode converter em chama ardente e generosa!

Sabei que todo homem pode ser bom e feliz; para vir a sê-lo basta que o queira com energia e constância. A concepção mental do ser, elaborada na obscuridade das existências dolorosas, preparada pela vagarosa evolução das idades, expandir-se-á à luz das vidas superiores e todos conquistarão a magnífica individualidade que lhes está reservada.

Dirigi incessantemente vosso pensamento para esta verdade: podeis vir a ser o que quiserdes. E sabei querer ser cada vez maiores e melhores. Tal é a noção do progresso eterno e o meio de realizá-lo; tal é o segredo da força mental, da qual emanam todas as forças magnéticas e físicas. Quando tiverdes conquistado esse domínio sobre vós mesmos, não mais tereis que temer os retardamentos nem as quedas, nem as doenças, nem a morte; tereis feito de vosso eu inferior e frágil uma alta e poderosa individualidade!

sexta-feira, outubro 14, 2011

O CRISTO



Naqueles dias, ao se completarem 80 anos de existência, o Cristo do Corcovado estremeceu e se reanimou. O que era cimento e pedra se fez carne e sangue. Estendendo os braços, como quem quer abraçar o mundo, abriu a boca, falou e disse: ”Bem-aventurados sois todos vós, pobres, famintos, doentes e caídos em tantos caminhos sem um bom samaritano para vos socorrer. O Pai que é também Mãe de bondade vos tem em seu coração e vos promete que sereis os primeiros herdeiros do Reino de justiça e de paz.
Ai de vós, donos do poder, que há quinhentos anos sugais o sangue dos trabalhadores, reduzindo-os a combustível barato para vossas máquinas de produzir riqueza iníqua. Não serei eu a vos julgar, mas as vitimas que fizestes atrás das quais eu mesmo me escondia e sofria.
Bem-aventurados sois vós, indígenas de tantas etnias, habitantes primeiros destas terras ridentes, vivendo na inocência da vida em comunhão com a natureza. Fostes quase exterminados. Mas agora estais ressuscitando com vossas religiões e culturas dando testemunho da presença do Espírito Criador que nunca vos abandonou.
Ai daqueles que vos subjugaram, vos mataram pela espada e pela cruz, negaram-vos a humanidade, satanizaram vossos cultos, roubaram-vos as terras e ridicularizaram a sabedoria de vossos pagés.
Bem-aventurados e mais uma vez bem-aventurados sois vós, meus irmãos e irmãs negros, injustamente trazidos de África para serem vendidos com peças no mercado, feitos carvão para ser consumido nos engenhos, sempre acossados e morrendo antes do tempo.
Ai daqueles que vos desumanizaram. A justiça clama aos céus até o dia do juízo final. Maldita a senzala, maldito o pelourinho, maldita a chibata, maldito o grilhão, maldito o navio-negreiro. Bendito o quilombo, advento de um mundo de libertos e de uma fraternidade sem distinções.
Bem-aventurados os que lutam por terra no campo e na cidade, terra para morar e para trabalhar e tirar do chão o alimento para si, para os outros e para as fomes do mundo inteiro.
Maldito o latifúndio improdutivo que expulsa posseiros e que assassina quem ocupa para ter onde morar, trabalhar e ganhar o pão para seus filhos e filhas. Em verdade vos digo: chegará o dia em que sereis espoliados. E a pouca terra da campa será pesada sobre vossas sepulturas.
Bem-aventuradas sois vós, mulheres do povo, que resististes contra a opressão milenar, que conquistastes espaços de participação e de liberdade e que estais lutando por uma sociedade que não se define pelo gênero, sociedade na qual homens e mulheres, juntos, diferentes, recíprocos e iguais inaugurareis uma aliança perene de partilha, de amor e de corresponsabilidade.
Benditos sois vós, milhões de menores carentes e largados nas ruas, vítimas de uma sociedade de exclusão e que perdeu a ternura pela vida inocente. Meu Pai, como uma grande Mãe, enxugará vossas lágrimas, vos apertará contra o seu peito porque sois seus filhos e filhas mais queridos.
Felizes os pastores que servem, humildemente, o povo no meio do povo, com o povo e para o povo. Ai daqueles que trajem vestes vistosas, se envaidecem nas televisões, usam símbolos sagrados de poder, exaltam o Pai Nosso e esquecem o Pão Nosso. Quantos não usam o cajado contra as ovelhas ao invés de contra os lobos. Não os reconheço e não testemunharei em favor deles quando aparecerem diante do meu Pai.
Bem-aventuradas as comunidades eclesiais de base, os movimentos sociais por terra, por teto, por educação, por saúde e por segurança. Felizes deles que, sem precisar falar de mim, assumem a mesma causa pela qual vivi, fui perseguido e subjugado  na cruz. Mas ressurgi para continuar a insurreição contra um mundo que dá mais valor aos bens materiais que à vida, que privilegia a acumulação privada à participação solidária e que prefere dar os alimentos aos cães que aos famintos.
Bem-aventurados os que sonham com um mundo novo possível e necessário no qual todos possam caber, a natureza incluída. Felizes são aqueles que amam a Mãe Terra como sua própria mãe, respeitam seus ritmos, dão-lhe paz para que possa refazer seus nutrientes e continuar a produzir tudo o que precisamos para viver.
Bem-aventurados os que não desistem, mas resistem e insistem que o mundo pode ser diferente e será, mundo onde a poesia anda junto com o trabalho, a musica se junta às máquinas e todos se reconhecerão como irmãos e irmãs, habitando a única Casa Comum que temos, este belo e irradiante pequeno planeta Terra.
Em verdade, em verdade vos digo: felizes sois vós porque sois todos filhos e filhas da alegria pois estais na palma da mão de Deus. 

terça-feira, outubro 11, 2011

AMOR MADURO - (AT)




O amor maduro não é menor em intensidade.
Ele é apenas quase silencioso. Não é menor em extensão.
É mais definido, colorido e poetizado.
Não carece de demonstrações: presenteia com a verdade do sentimento.
Não precisa de presenças exigidas: amplia-se com as ausências significantes.
O amor maduro somente aceita viver os problemas da felicidade.
Problemas da felicidade são formas trabalhosas de construir o bem e o prazer.
Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro.
O amor maduro cresce na verdade e se esconde a cada auto-ilusão.
Basta-se com o todo do pouco.
Não precisa nem quer nada do muito.
Está relacionado com a vida e a sua incompletude, por isso é pleno em cada ninharia por ele transformada em paraíso.
É feito de compreensão, música e mistério.
É a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e criança.
O amor maduro não disputa, não cobra, pouco pergunta, menos quer saber. Teme, sim. Porém, não faz do temor, argumento.
Basta-se com a própria existência.
Alimenta-se do instante presente valorizado e importante porque redentor de todos os equívocos do passado.
O amor maduro é a regeneração de cada erro.
Ele é filho da capacidade de crer e continuar, é o sentimento que se manteve mais forte depois de todas as ameaças, guerras ou inundações existenciais com epidemias de ciúme.
O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa.
Ele vive do que não morreu mesmo tendo ficado para depois.
Vive do que fermentou criando dimensões novas para sentimentos antigos, jardins abandonados cheios de sementes.
Ele não pede, tem.
Não reivindica, consegue.
Não persegue, recebe.
Não exige, dá. Não pergunta, adivinha.
Existe, para fazer feliz.
Só teme o que cansa, machuca ou desgasta.

(Artur da Távola)

Texto em homenagem a minha mulher, por tudo que já passamos e, tudo o que esta por vir, pela cia sempre amável.
 - O tempo faz da vida uma escola, ensina como o alivio sucede a dor num fluxo perfeito, o envelhecer  permite que o conhecimento subjugue o preconceito enraizado na infância, que o melhor presente que podemos oferecer é a simples cia e sorrir, entender que o respeito é um tesouro de grande valor, que conjugar o verbo amar é infinito, amadurecer é conhecer a dor de ir embora, se perder no caminho do aflito.
Preciso te dizer: "Eu sou feliz agora".

segunda-feira, outubro 10, 2011

UM SONHO EM PRETO E BRANCO


Mauricinho desce da Mercedes-Benz conversível da namorada, e se despede com um beijo mais ou menos apaixonado. Ele veste um macacão de piloto. Entra no hangar, cumprimenta mecânicos e faz o tipo gente boa. Solta alguma piada.
Comenta o resultado do futebol. Há um clima de cumplicidade e felicidade pairando no ar, realização.
- Domingão o bicho vai pegar, doutor. Dois a um pro Gama – arrisca o mecânico.
- Esse jogo já era meu irmão, esquece.
O piloto mauricinho, que também é dono de um time da segunda divisão, jamais perdeu uma aposta, nem quando jogava a própria mulher (ou as mulheres) na roda.
- Tá checado, doutor. Tudo óquei.
Avião abastecido, pronto para o vôo. O piloto puxa o mecânico para perto de si e os dois trocam algumas palavras ao pé d’ouvido. Ato contínuo, o mecânico tira um envelope do bolso de trás do macacão e passa para o piloto:
- Abastecimento completo, doutor! – então, o mecânico presta uma continência, despede-se do patrão e volta para o hangar.
Em seguida, numa solidão bonita que deixa o final de tarde mais cinematográfico, vemos o piloto se dirigindo à pista.
O jatinho decola.
Já dentro da cabine, o playboy comunica-se com a torre: “Distrito Federal. Plano de vôo confirmado”.
Juscelino sorridente cumprimenta um grupo de candangos .A Praça dos Três Poderes é rabiscada numa prancheta enquanto Pelé  recebe uma bola dentro da área, aplica um chapéu no zagueiro sueco e, sem deixar a bola cair, faz um golaço e engana nosso complexo de vira-latas, mulheres de quadris largos e peitões de baralho antigo desfilam no calçadão de uma Copacabana quase em câmera lenta, de repente, uma lestada sinistra muda o tempo e os banhistas são obrigados a sair da praia às pressas, uma criança que chora é arrastada pela mãe: milicos carrancudos e suas respectivas esposas barangas-urutus acompanham o desfile de 7 de setembro, uma senhora que deve ser a Vovó da Casa do Pão de Queijo oferece uma bandeja de quitutes e restos mortais para o presidente Figueiredo que por sua vez ostenta um tórax equino, a Vovó não resiste, joga a bandeja pro alto e chupa os mamilões de sua excelência: a Pça da Sé está lotada e Almino Affonso levanta os braços do doutor Ulysses Guimarães que passa a mão na bunda da Fafá de Belém – ela manda ver no Hino Nacional: Sarney é parido de uma diverticulite aguda, que lança merda na corrente sanguínea do país e culmina num câncer que atinge o pulmão de Dílson Funaro, nem ele nem os fiscais do Sarney aguentam o tranco e morrem todos, mas o câncer não morre, a metástase se transforma num Collor impichado que olha pro relógio e se pirulita do Alvorada de mãos dadas com sua barbie de estimação. Itamar está no sambódromo meio breaco acompanhado de seu ministro da Justiça, de baixo para cima Lílian Ramos entra para a história do Brasil e, sob esse ponto de vista rachado, FHC dá um tapa num baseado gigante e passa a faixa a Lula que garante que não sabia de nada mas é doutor pela Sorbonne para a inveja eterna de FHC que depois de velho e aposentado se entrega à marafa de corpo e alma. O Brasil entra para o primeiro mundo Wonka, e Dilmão assume o abacaxi / corta.
Close no piloto-galã. Apesar do rosto oculto pelo capacete, sabemos que ele tem uma expressão barbeada, rente, suave e realizada, sorri cinicamente / corta.
Aviões atingem as torres gêmeas. Bin Laden anuncia a Era de Aquário.
Perspectiva do Congresso Nacional como se estivesse enquadrado num alvo. O piloto-galã abaixa o manche. Tesão. Queda vertiginosa/ Black-out.  Alguns segundos de silêncio.
2011, Rio de Janeiro, Copacabana. Autoridades, jogadores de futebol e vips de todos os quilates e arrebites desfilam num velório coletivo, reluzente e disputadíssimo.
Voz em off: “ A última etapa da arquitetura de Niemeyer finalmente foi concluída”.  Corta/ Congresso Nacional em chamas.
Acordo cansado e suando, engraçado parece que estava voando.

domingo, outubro 09, 2011

PEQUENO MAPA DO TEMPO/BELCHIOR

Tenho medo e medo esta por fora, medo anda por dentro do seu coração, eu tenho um fantasma escondido dentro do meu porão.

sexta-feira, outubro 07, 2011

DEMOCRACIA GLOBAL


Queridos amigos,

Milhares de norte-americanos ocuparam sem violência a Wall Street - um epicentro do poder financeiro global e da corrupção. Eles são os últimos raios de luz em um novo movimento pela justiça social que está se espalhando rapidamente pelo mundo: de Madrid a Jerusalém e a 146 outras cidades, com outras aderindo a cada instante. Mas eles precisam de nossa ajuda para triunfarem. 

Como são as famílias de trabalhadores que estão pagando a conta de uma crise financeira causada por elites corruptas, os manifestantes estão exigindo uma verdadeira democracia, justiça social e combate à corrupção. Mas eles estão sob forte pressão das autoridades e alguns meios de comunicação estão retratando-os como grupos extremistas. Se milhões de nós de todo o mundo os apoiarem, vamos aumentar a sua determinação e mostrar a mídia e aos líderes que os protestos fazem parte de um movimento massivo pela mudança. 

Este ano pode ser o nosso 1968 desse século, mas para ter sucesso ele deve ser um movimento de todos os cidadãos, de todas classes sociais. Clique para participar da campanha para a democracia real - um contador gigante será erguido no centro da ocupação em Nova York mostrando ao vivo cada um de nós que assinarmos a petição e retransmitido ao vivo na página da petição: 

http://www.avaaz.org/po/the_world_vs_wall_st/?vl 

A onda mundial de protestos é o capítulo mais recente na história deste ano do poder global do povo. No Egito, as pessoas tomaram a praça Tahrir e derrubaram seu ditador. Na Índia, o jejum de um homem trouxe milhões às ruas e o governo teve que ceder - vencendo uma ação real para acabar com a corrupção. Durante meses, os cidadãos gregos protestam sem descanso contra os injustos cortes nos gastos públicos. Na Espanha, milhares de "indignados" desafiaram a proibição de manifestações pré-eleitoral e montaram um acampamento de protesto na praça do Sol para manifestar contra a corrupção política e a manipulação do governo da crise econômica. E neste verão em Israel as pessoas construíram "cidades de tendas" para protestar contra o aumento dos custos de habitação e por justiça social. 

Estes assuntos nacionais estão ligados por uma narrativa global de determinação para acabar com a conivência das elites e de políticos corruptos - que em muitos países ajudaram a causar uma prejudicial crise financeira e agora eles querem que as famílias de trabalhadores paguem a conta. O movimento de massas que está respondendo a isso pode não só garantir que o ônus da recessão não caia sobre os mais vulneráveis, mas também pode ajudar a melhorar o equilíbrio de poder entre democracia e corrupção. Clique para apoiar o movimento: 

http://www.avaaz.org/po/the_world_vs_wall_st/?vl 

Em cada revolta, do Cairo a Nova York, o pedido por um governo responsável que sirva o povo é claro e nossa comunidade global tem apoiado esse poder do povo em todo o mundo, onde quer que tenha surgido. O tempo em que os políticos ficavam nas mãos dos poucos corruptos está terminando e, em seu lugar, estamos construindo democracias reais, de, por e para as pessoas. 

Com esperança e confiante em novos tempos.
Sign the petition!

terça-feira, outubro 04, 2011

A TRAGÉDIA DE ANTÔNIA


Antônia morava em São Gonçalo (RJ), casada com um trabalhador da empresa local de energia elétrica, com dois filhos. Não tinha uma vida de conto de fadas—afinal, vivia em uma favela—mas seu marido tinha carteira assinada e certa estabilidade. Isto até resolver se tornar religioso e tomar ao pé da letra os preceitos de sua igreja. O estado emocional de pregação permanente do marido de Antônia tornou impossível a vida do casal: separaram-se mas continuaram a viver no mesmo lugar.
Depois da separação, o marido resolveu levar a moralidade religiosa aos traficantes de drogas da localidade e estes terminaram por matá-lo e, como se isto não bastasse, começaram a perseguir Antônia, fazendo-lhe ameaças. Tal situação levou-a a mudar-se para Nova Friburgo, há cerca de quatro anos. Sem emprego definido, sem a pensão a que os filhos teriam direito, Antônia foi tocando em frente como faxineira até morrer nas chuvas de janeiro de 2011. Houve quem tentasse ajudá-la, o escritório-modelo de uma faculdade de Direito empenhou-se por conseguir a pensão de seus filhos, enquanto ela própria ia à luta. Estes, aliás, uma menina de 13 anos e um menino de 8, voltaram para São Gonçalo.
Enquanto se desenrolava essa tragédia de Antônia, começavam a se mostrar os efeitos financeiros de uma crise em que os donos do mundo procuram dar um jeito … dar um jeito para tudo continuar como sempre, isto é, com todo o esforço produtivo voltado para o benefício de meia dúzia de privilegiados. Desde o dia 17 de setembro, milhares de pessoas têm se manifestado em Wall Street, onde funciona a bolsa de valores de Nova York, e abriga o centro financeiro dos Estados Unidos, protestando contra o modo de gestão do mundo gerador da crise atual. Repudiam a parcela de “1% de ricaços dos EUA que exploram 99% da sociedade”, minoria esta tida como responsável pela crise.
Entre as inúmeras figuras do mundo acadêmico, das artes e dos espetáculos a apoiarem os manifestantes nova-iorquinos está o pensador Noam Chomsky, de 83 anos, professor de linguística do Instituto de Tecnologia de Massachussets. Disse ele: “Wall Street e as instituições financeiras também praticam em impunidade quase completa as suas atividades nefastas: são não só ‘grandes demais para quebrar’; também são ‘grandes demais para a cadeia’. Os corajosos e honrados protestos em curso em Wall Street devem chamar a atenção pública para essa calamidade e levar a esforços concentrados e dedicados para superá-la e orientar a sociedade para uma via mais saudável”.
A tragédia da existência de Antônia estava anunciada pela precariedade de suas condições materiais e estas foram largamente propiciadas pelo modo como o fazer econômico está estruturado no planeta. Foram muitas décadas de desinvestimentos na vida humana em favor das tais instituições financeiras. São tragédias previstas por quem, como Noam Chomsky, desejou e deseja a vida social em “uma via mais saudável”.