terça-feira, janeiro 10, 2012

SONHEI SER UM REI


Era uma manha fria de Janeiro do tempo atual, contudo que sei, acordo com uma impressão que algo diferente aconteceu naquela noite passada, estive sem sono pensando e enquanto adormecia já se fazia madrugada, sonhei ser um Rei de uma tribo do norte, nas regiões dos distantes onde a luz fez escuridão no outro lado do dia, isso é o que conduz o povo sofrido que herdei.

Era o terceiro mês do ano de 180, quando noticias surgida de Danúbio anunciavam a morte do Imperador Marcus Aurelius, deixando ao seu filho Lucius Aurelius Commodus como herança o reinado conquistado; Ao saber da morte de seu pai, Commodus, depois de feitos os preparativos para o funeral, fez concessões para as tribos do norte, e se apressou para voltar a Roma, a fim de desfrutar de paz, após quase duas décadas de guerra. Commodus e grande parte do exército romano por trás dele, entraram na capital em 22 de Outubro 180, em uma procissão triunfal, recebendo uma recepção de herói, mas fora da lei.

Todas as moedas emitidas em seu primeiro ano mostravam o general triunfante, um guerreiro em ação que trouxeram os despojos da vitória para os cidadãos de Roma; Havia uma grande quantidade de evidências para apoiar o fato de que Commodus foi popular entre muitas das pessoas, pelo menos para a maioria do seu reinado; Ele parece ser bastante generoso, apartir de cerca de 180 em diante, todas as moedas do império, muitas de serie contêm a lenda, Munificentia Augusta, indicando que a generosidade era de fato uma parte de seu programa imperial, moedas exibem nove ocasiões em que Commodus floresceu, foram sete anos quando ele era único imperador; e obteve alguns desses fundos de triunfo por membros aliados da classe senatorial. Esta política de generosidade certamente causou conflitos entre Commodus e o Senado; Em 191 verificou-se na Urbis Actus oficial de que os deuses tinham dado a Commodus titulo para Populus Romanus Senatusque.

Normalmente a frase Senatus Romanus populusque foi usada, enquanto o Senado odiava Commodus, o exército e as classes mais baixas o amavam. “Por causa do mau relacionamento entre o Senado e Commodus, bem como uma conspiração senatorial, Roma era praticamente governado pelos prefeitos pretorianos Perennis (182-185) e Cleander (186-9)” Lucius Aurelius Commodus começou a se vestir como o deus Hércules, vestindo peles de leão e carregando uma clave; assim, ele se apropriou de identificação dos Antoninos "tradicional, como Hércules, mas ainda mais agressiva; identificação completa Commodus com Hercules podia ser visto como uma tentativa de solidificar sua afirmação como novo fundador de Roma, que ele agora chamado de Colônia Lucia Annia Commodiana; este foi legitimado por sua ligação direta com Hércules, filho de Pai Júpiter; Ele levou o título de Hercules oficialmente algum tempo antes de meados de Setembro de 192.

Também em 190 ele renomeou todos os meses para corresponder exatamente com seus títulos, de janeiro, eles correm como se segue: Lucius, Aelius, Aurelius, Commodus, Augustus, Herculeus, Romanus, Exsuperatorius, Amazonius, Invictus, Felix, Pius. “De acordo com Dio Cassius, a mudança dos nomes dos meses como tudo, era parte de megalomania Commodus“. Commodus foi o primeiro e último da dinastia Antonine que dedicou o poder para mudar os nomes dos meses, durante o seu reinado, várias tentativas foram feitas contra a sua vida, depois de alguns esforços fracassados, uma trama orquestrada foi realizada no início de dezembro 192, aparentemente, incluindo sua amante Márcia, em 31 de Dezembro um atleta chamado Narciso estrangulou-o em sua banheira, e da memória do imperador foi amaldiçoado; Isso trouxe um fim à Dinastia Antonine, depois de treze anos do reinado de terror e vergonha, dando inicio a Dinastia dos Severos expandindo o império sem um rei.

Depois de perder muitos componentes do meu pequeno reinado para as fortes legiões romanas, tomo a decisão de partir em busca da Cidade Celestial, pois não suportei ver o povo da minha tribo sendo atacado e escravizado, quando com sorte, escapavam da morte, famílias dilaceradas em meio a violência exercida pelo poder da espada, que contra senso, para decretar a paz, devo declarar guerra como uma lamina em ordem com a lei.

Reúno alguns homens e tem inicio uma cruzada pela sobrevivência do meu povo, antigos profetas descreviam com detalhes as regiões das terras celestiais onde o império não predomina ao imposto, ao contrario existem exércitos com gladiadores que lutam pela paz, não existe vulcão ali, nem forças nucleares, por que ali não impera o poder da guerra, não há posse e tudo é natureza, os povos vivem em harmonia e confraternizam sem fronteiras com a alegria.

Após dias em marcha chegamos ao Vale dos Pântanos, cercado por abismos e florestas, grandes foram às baixas, na maioria por desistências, porque o terreno acidentado exige grande esforço físico e alto grau de resistência mental; em uma noite frente a fogueira do acampamento o conselheiro da dúvida questiona: “Como pode o senhor, possuidor de um reino onde nada falta para alimentar a fome ou para saciar a sede, sair numa cruzada rumo ao desconhecido em busca de uma lenda sobre uma Cidade Celeste, deixar a família, filhos e partir?" - O poder que meu pequeno povo me concedeu, me fez possuidor de um reino onde tudo falta para a dignidade de um pequeno individuo, não possuímos paz, somos escravizados e maltratados pelo exército romano, roubam nossa comida e estão tingindo de vermelho nossas fontes cristalinas, assaltam a liberdade e se divertem nas arenas sempre lotadas, expondo humanos aos limites das feras selvagens e famintas, para delírio da multidão; sigo em busca do meu sonho coletivo e não apenas de uma lenda, porque o conforto do quarto em meu castelo, com a presença da minha família ao redor, não me traz amparo digno que trago pelos súditos oprimidos e o incapaz; ele observou calado por um instante e pôs-se em guarda como sentinela se fazia.

Vem a noticia do guia que cruzamos as fronteiras da Região dos Perdidos, estamos em terras eminentes do perigo, depois da morte de Commodus, a violência era vista com freqüência por todas as partes de Roma, e veio um ancião que quis saber sobre nosso destino, anunciando ser senhor dos conhecimentos, e quem o possui, disse ele, é detentor de todas as coisas sobre a terra, disse que o destino que escolhemos seguir escondia os segredos da escuridão e que muitos outros se perderiam pelo caminho, falou sobre o Grego e o Romano, Zeus ou Júpiter, Pai dos deuses e dos homens, principal Deus do Olimpo, que Cronos ou Saturno o Deus do tempo, pai de Zeus, pertencia à raça dos Titãs, explicou sobre Hera ou Juno rainha dos deuses esposa de Zeus, Hefestos ou Vulcano, artista fazia os raios que Zeus lançava sobre os mortais, filho de Zeus e Hera, narrou sobre Poseidon ou Netuno, senhor dos oceanos irmão de Zeus, e contou toda a história do eterno até onde vivemos, passou por Eros o apaixonado que se tornou Cúpido, o Deus do Arco e do Amor,amante da bela Psique, a união do Amor e da Alma, filho de Venus das três Graças, Fertilidade, Encantamento e Amizade, falou com propriedade sobre Quíron, o Centauro alado, Guardião da Verdade.

Depois de tudo aconselhou que retornassemos ao ponto de origem, porque os terrenos a seguir serião infinitamente mais estranhos e sombrios dos que já percorremos até ali, que eu seria julgado não pelas vidas que eu poderia salvar, mas sim pelas que se desprenderiam pelos caminhos desse sonho, considerei por algum tempo retornar, mas me vinha a mente uma cena que projetava a viagem de volta e o sentimento da missão não cumprida, o arrependimento, fiquei acordado a noite inteira, talvez com medo da escuridão, notei que o egoísmo ameaçava escurecer o claro do meu coração, relutando para manter o equilíbrio, entro em conflito, não posso aceitar a dúvida instalada entre a fé e a razão; eu não poderia considerar que um homem possuidor do conhecimento, limite-se em crer em muitos deuses, já que a lógica da criação me dita que Deus é único e é o tudo, sem algo paralelo, logo o senhor do conhecimento mostrou-se duvidoso, não merecedor de considerações em seu parlamento, e resolvi continuar a trajetória no dia seguinte.

Passou a Terra dos Cantos Esquecidos e já se aproxima o Mundo dos Malditos, os dias passavam rapidamente e certa noite, entre rumores no silencio, ecoavam vozes dizendo, a noticia grande chegou, atrás das montanhas do sol nascente, ao longe, um clarão podia ser visto e todos encantados admiram a luz cintilante, que oferecia o céu como espetáculo em raios de tons azuis, finalmente amanha alcançaremos nosso destino tão esperado, pensava, ansioso tento dormir, mas a cabeça fervia, tinha que traçar os planos para transportar meu povo pelo longo caminho percorrido e, cansado adormeço sem perceber.

O dia amanheceu os raios do sol penetram radiantes pela fresta da janela, olho ao meu redor e vejo meu quarto, ouço o canto dos pássaros, isso me faz entender que despertava de um sonho, sem saber se encontramos de fato a Cidade Celestial, hoje à noite vou deitar mais cedo e ver se consigo sonhar o final, afinal a noite passada eu sonhei ser um Rei.

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