terça-feira, fevereiro 21, 2012

A MISÉRIA



Num período em que estamos passando por uma transformação considerada de grande importância cósmica, a passagem para a 5ª dimensão, onde muitos seres humanos estão sendo diariamente testados para compor esta nova realidade, a palavra "MISÉRIA" é entoada a cada momento na cúpula da Classe Média.

O pão na mesa para três dias e a incerteza de não ter no quarto dia, agrava mais ainda os pensamentos negativos atraindo a falta de alimento dentro de casa.

O telefone e a luz da casa cortados, o lazer não mais com assiduidade, o atraso nos pagamentos de mensalidades escolares, a dificuldade de se pagar um plano de saúde, atrasos em aluguéis, são vistos hoje na classe média como uma vida miserável.

Mas estas pessoas, continuam dormindo numa cama macia, tendo seu pão na mesa de três em três dias, usando roupas confortáveis, bebendo água, tendo seu almoço e jantar todos os dias, mesmo que seja de forma escassa.

E os verdadeiros miseráveis?

Os verdadeiros miseráveis são aqueles que vão para as latas de lixo na rua buscar restos de comidas de restaurantes, fazem do seu papelão um cobertor, estão com grandes feridas pelos corpos, as barrigas com vermes, os leites maternos secando, sentindo muito frio em dias de inverno, confortando suas dores nas drogas, fazendo amor debaixo das marquises, parindo seus filhos em qualquer canto.

Não estamos encarnados para ter uma vida 100% feliz. Temos missões a cumprir com a humanidade. Temos karmas para serem queimados. Temos que aprender a valorizar a vida e ajudar ao próximo.

A humanidade precisa saber o que é ser feliz e o que é ser triste. O que é ter muito e o que não é. Embora muitos estejam encarnados sem ter tido a oportunidade de saber o que é ter algo em sua vida, cada provação é dada conforme seu grau de evolução.

Os encarnados que hoje vivem em total miséria, são espíritos que exacerbaram demais com suas riquezas em vidas passadas. E hoje, precisam aprender a ter o mínimo e valorizar o mínimo como uma grande riqueza.

Mas os mais ricos nesta era, precisam ser solidários e ajudá-los. Precisam olhar para os mais necessitados.

A humanidade passa por uma grande transição e isso está sendo cobrado. Cada um de nós está neste momento passando por um período de grande provação espiritual. Precisamos nos adequar a esta nova realidade. A solidariedade é a chave primordial para ficarmos em paz com nós mesmos.

O não ter e dividir é a coisa mais importante que podemos fazer hoje.
E como você pode dividir?

Aconselhando os mais rebeldes, ajudando os que tem menos, limpando seu armário e doando roupas para os mais necessitados, dando um sanduíche a uma criança quando ela pede moedas, fazendo doações às instituições de caridades, incluindo a humanidade nas suas orações, desejando o bem aos seus inimigos, educando seus filhos para que eles desde pequenos aprendam o que são solidariedade e humildade.

Isto não significa que vai dar certo, mas sim que estamos fazendo a nossa parte junto ao Cosmo. O livre arbítrio precisa ser respeitado. Não se deve forçar um ser humano a se transformar. Portanto, jamais insista se quer ajudar alguém e este alguém não quer ser ajudado.

A classe média é a que passa hoje por uma fase maior de transformações. Ela está exatamente neste momento no centro da 4º dimensão com muitas tarefas entregues por seus mentores para serem realizadas. E uma das mais importantes é a FÉ. Muitos estão sendo reprovados.

Acreditar que está em período de miséria, enquanto milhões de seres humanos comem biscoito de barro na África, é falta de consciência cósmica. E com isso, não estão preparados para serem projetados para a 5ª dimensão. Ficarão estagnados num plano inferior.

É necessário que paremos para meditar sobre estas transformações e que nos conscientizemos que o momento é de compartilhar.

Quando a classe média entender o verdadeiro sentido da palavra "MISÉRIA" e deixar de repetí-la dentro de sua casa, sua vida começará a ser mais próspera e terá a chance de ajudar a quem realmente está na miséria.

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

ERA UMA VEZ - UMA SAGA 2ªparte



Inicialmente, os cavaleiros nem sequer haviam acreditado.
Todos os irmãos do Templo... presos? Porquê? A mulher não
fora capaz de o explicar. Não fazia a mínima ideia. Sabia
apenas que os membros da Ordem haviam sido presos e que os
cavaleiros estavam a ser interrogados pela Inquisição.
Pasmados, os cavaleiros tinham-na visto a arrastar-se para
junto das viajantes que rodeavam o carro, ainda a gritar-lhes
avisos e a implorar-lhes que se salvassem enquanto os
pacientes bois puxavam a carroça e as pessoas a seguiam tão
tranquila e lentamente como num cortejo. Profundamente
perturbados, os homens tinham tido em conta aqueles conselhos
ameaçadores e seguido lentamente o seu caminho, mas já não
para Paris. Haviam-se dirigido para oeste, para o ducado de
Guyenne. Fora ali, no acampamento montado com outro pequeno
grupo de Templários encontrados na estrada, que tinham
começado a ouvir relatos dos acontecimentos.
Ainda parecia inconcebível que o Papa Clemente pudesse
acreditar nas histórias propagadas contra eles, mas o Papa
estava aparentemente a apoiar a campanha de Filipe, o monarca
francês, e nada fizera para salvar a Ordem que existia apenas
para o servir, a ele e à cristandade. Essas histórias haviam
irrompido como uma onda de maré, esmagando todos os
argumentos e não dando qualquer possibilidade de defesa, isto
porque negar as acusações servia apenas para lançar todo o
peso da Inquisição sobre quem o fizesse, o que só podia
significar uma coisa, a destruição.
Ao princípio tudo aquilo parecera ridículo. Os cavaleiros
eram acusados de serem heréticos... mas como poderiam eles
ser heréticos depois de terem perdido tantas vidas na defesa
dos estados cristãos? Toda a sua razão de existência era a
defesa dos estados dos Cruzados no ultramar, na Palestina,
uma causa por que tinham lutado e morrido ao longo de
séculos, com muitos deles a preferir a morte à vida quando a
escolha lhes era proposta. Escolhiam a morte mesmo quando
eram apanhados pelos Sarracenos e estes lhes davam a
possibilidade de continuarem vivos em troca da renúncia a
Cristo. Como era possível haver alguém capaz de acreditar que
fossem heréticos?
Correra o rumor de que até as pessoas vulgares tinham tido
dificuldades para acreditar numa coisa daquelas. Ao longo de
dois séculos - desde que São Bernardo lhe dera o seu apoio
durante a cruzada - as pessoas haviam sido ensinadas de que a
Ordem era inultrapassável na sua santidade. Como era possível
que tivessem caído tão baixo? Quando enviara ordens para a
captura e prisão dos cavaleiros, o monarca vira-se forçado a
explicar por que razão empreendia uma tal ação. Era óbvio
que pressentia que, se não o fizesse, as ordens poderiam
acabar por não ser cumpridas. No Fim de contas, as acusações
eram tão chocantes que se tornavam quase inacreditáveis. O
monarca entregara uma declaração escrita a cada um dos
oficiais encarregues da captura, declaração em que acusara os
cavaleiros e a sua Ordem de crimes desumanos e diabólicos,
ordenando que fossem presos, bem como os respectivos servos,
para serem interrogados pela Inquisição. Para além disso,
todos os seus bens deveriam ser apreendidos. Nas últimas
horas daquela sexta-feira já todos os cavaleiros haviam sido
acorrentados e já os monges Dominicanos da Inquisição tinham
iniciado os interrogatórios.
Poderiam ser culpados de tais crimes? De certeza que tal não
era possível! Como podia a mais santa de todas as Ordens
tornar-se tão amoral, tão maléfica? As pessoas não conseguiam
acreditar. Todavia, a descrença transformara-se em horror
quando as confissões começaram a transpirar para o exterior.
Depois das torturas inimagináveis que a Inquisição lhes
infligira, depois de centenas deles terem sofrido as agonias
de semanas inteiras de dores ininterruptas e de muitos terem
morrido, as confissões tinham começado a ressoar nas orelhas
da populaça como fezes a escorrerem de uma fossa para irem
poluir um poço de águas limpas. A seguir, tal como é costume
com esse tipo de sujidade, os boatos tinham contaminado todos
aqueles em que haviam tocado... e a culpa fora confirmada.
Contudo, depois de verem os camaradas a perderem pés e mãos
na angústia contínua das câmaras de tortura, quem duvidaria
que acabariam por confessar fosse o que fosse para porem fim
à dor e ao horror?
A tortura durava dias e semanas intermináveis e as dores eram
incessantes nas celas de tortura criadas nos seus próprios
edifícios porque não existiam prisões suficientes para
albergarem um tão grande número de prisioneiros.
Confessaram tudo o que os Dominicanos lhes puseram na frente.
Admitiram terem renunciado a Cristo. Admitiram a adoração do
diabo.
Admitiram que tinham cuspido na cruz, a homossexualidade e
tudo o mais que pudesse pôr Fim aos tormentos. Todavia, isso
não lhes chegara... e os monges Dominicanos haviam passado
para toda uma série de novas perguntas. Tinham tantas
acusações para confirmar que as torturas prosseguiram durante
semanas. Foram muitos os indivíduos que confessaram crimes
inacreditáveis, mas isso continuou a não ser suficiente. Só
permitia que o monarca punisse indivíduos... e ele queria a
morte da própria Ordem. Por isso, as torturas continuaram.
Gradualmente, devagar, sob os contínuos e pacientes
interrogatórios dos monges Dominicanos, as admissões
modificaram-se e as declarações começaram a implicar a
própria Ordem. Os Cavaleiros passavam por rituais satânicos
de iniciação, tinham-lhes dito para adorarem ídolos e haviam
sido forçados a renunciarem a Cristo. Agora, finalmente,
Filipe possuía as suas provas. Toda a Ordem era culpada e
tinha de ser dissolvida.
Na praça, os olhos do homem eram ardentes e aguçados agora
que os recordava os amigos, os homens que treinara e ao lado
de quem combatera, homens fortes e corajosos cujo único crime
- e ele sabia-o - fora terem permanecido leais à causa.
Tinham sido tantos os mortos, tantos os destruídos por uma
dor muito pior do que tudo o que os seus inimigos sarracenos
jamais lhes tinham infligido...
Todos se tinham alistado na Ordem prestando os três votos, de
pobreza, castidade e obediência, tal como em qualquer outra
ordem de monges. Sim, porque eles eram monges. Eram os
monges-guerreiros, dedicados à proteção dos peregrinos na
Terra Santa. Contudo, desde a perda de Acre e da queda do
reino do Ultramar na Palestina - havia mais de 20 anos - as
pessoas tinham-se esquecido disso. Tinham esquecido a
dedicação desinteressada e os sacrifícios, as enormes perdas
e os perigos que os cavaleiros haviam sofrido nas suas lutas
contra as hordas Sarracenas. Já só se recordavam das
histórias sobre a culpabilidade da maior de todas as Ordens,
histórias postas a circular por um monarca avarento que
desejava apoderar-se das suas riquezas. Era por isso que
aquela multidão se encontrava ali, para testemunhar a
humilhação final, a última indignidade. Estava ali para ver o
último Grande Mestre da Ordem a admitir as culpas e a
confessar os crimes, tanto dele como da sua Ordem.
Uma lágrima, que era como a primeira gota a assinalar a
aproximação de uma tempestade, correu lentamente pela face do
homem, que a limpou com um gesto rápido e zangado. Não era o
momento oportuno para lágrimas. Não estava ali para lamentar
a perda da Ordem. Isso podia ficar para mais tarde. Estava
ali para assistir tanto por ele como pelos amigos, para
testemunhar a confissão do Grão-Mestre e descobrir se todos
haviam sido traídos.
Ao terem conhecimento de que aquele espetáculo público iria
ter lugar, ele e os amigos haviam discutido o assunto
prolongadamente durante um encontro realizado três dias
antes. Os sete, homens de diferentes países, os poucos que
restavam, os poucos que não tinham ido para mosteiros ou
entrado para uma das outras ordens, tinham-se sentido
confusos e desesperados por causa daquele inferno na Terra.
Teriam realmente existido tais crimes, tais obscenidades? Se
o Grão-Mestre confessasse, então isso significava que tudo o
que haviam defendido estava errado? A Ordem poderia ser
corrupta sem que o soubessem. Parecia-lhes impossível.
Contudo, seria igualmente incrível se nada daquilo fosse
verdade, pois implicaria uma conivência entre o monarca e o
Papa para a destruição da Ordem. Seria possível que a Ordem
pudesse ser tão atraiçoada precisamente pelos seus dois
principais patronos? A sua única esperança estava na
possibilidade de uma retratação, numa admissão de erro, e
também na hipótese da Ordem vir a ser considerada inocente e
reconduzida à sua posição de honrosos serviços ao Papa.
Os sete haviam discutido as opções e tinham concordado com o
alemão de Metz, que propusera o envio de um deles a
testemunhar o acontecimento para depois os informar. Não
podiam confiar nos relatos de outros. Precisavam de ter
alguém presente, uma pessoa que pudesse ouvir as declarações
para lhes contar o que fora dito, para que pudessem decidir
por si mesmos se as acusações eram ou não verdadeiras. O
homem que se encontrava encostado à parede da catedral fora o
que tirara a palhinha mais curta.
Todavia, ainda continuava mistificado, incapaz de compreender
o que se passava, e não tinha a certeza de conseguir dedicar
ao assunto toda a concentração necessária. Sentia-se
perturbado, porque era inacreditável, era impossível que a
Ordem em que servira fosse tão horrivelmente perversa. Como
era possível que o dedicado grupo de cavaleiros que
conhecera, e de que ainda se recordava, pudesse ser tão
deformado, tão envilecido? Tinham entrado na Ordem para
poderem prestar um melhor serviço a Deus, mais como soldados
do que como monges. Quando um Templário decidia abandonar a
Ordem, só o fazia para passar para uma outra ainda mais
estrita, para os Beneditinos, para os Franciscanos, ou para
qualquer outro grupo de monges a viver na mesma pobreza
forçada, escondidos do mundo. Como era possível que a Ordem
houvesse sido tão grandemente atraiçoada?
Limpou outra lágrima e caminhou por entre a multidão,
apático, com o rosto fechado a revelar o medo e as
preocupações. Espreitou para as bancas do mercado durante
alguns minutos sem na realidade prestar atenção às
mercadorias, até descobrir que o seu pequeno passeio sem
destino o levara de volta à plataforma, onde se virou para a
enfrentar de uma maneira mais frontal, como que a desafiá-la
a permitir a destruição da Ordem.
Erguia-se na sua frente como um patíbulo, uma grande
construção de madeira com troncos novos que brilhavam um
pouco quando o Sol os iluminava. De um dos lados existia uma
série de degraus que conduziam ao estrado, lá em cima.
Enquanto o olhava, o conjunto como que estremeceu. Conseguia
sentir o mal quase como uma força, mas não era o mal da sua
Ordem, mas sim o daquele feio palco onde ele e os seus amigos
iriam ser denunciados. Agora, sem saber muito bem como, tinha
a sensação de que era inútil alimentar esperanças. Não
haveria reconciliação, nenhum reatamento das glórias
passadas. Essa sensação invadiu-o, e era como se
anteriormente ainda não estivesse verdadeiramente consciente
das profundezas em que a Ordem caíra, como se nos últimos e
difíceis anos tivesse mantido um pequeno clarão de esperança
de que a Ordem pudesse ser salva. Mas agora, ali, naquele
lugar, era como se essa minúscula chama tivesse morrido e
sentisse o desespero como se fosse a dor de uma ferida de
espada no seu ventre.
A plataforma atraía a sua atenção horrorizada. Erguia-se na
sua frente como um símbolo do falhanço absoluto do Templo,
obstinada e impassível, como se troçasse da natureza
transcendente da honra da Ordem quando comparada com o seu
próprio poder para a destruir. Aquilo não era um lugar de
confissão, era um de execução, era o local onde a sua Ordem
ia morrer. Tudo aquilo que ele e os milhares de outros
cavaleiros tinham defendido ia finalmente morrer ali, naquele
dia. Quando a compreensão desse facto o invadiu foi como se o
atingisse fisicamente, fazendo-o estremecer como se tivesse
aparado um golpe. Não havia proteção, não havia defesa
contra a implacável maré de acusações que os iria destruir a
todos. Era inevitável e o resultado ia ser a destruição
absoluta do Templo.
Porém, mesmo enquanto o compreendia, mesmo enquanto se
apercebia da chegada do fim, um fim que era uma certeza,
também sentia a esperança a debater-se novamente dentro do
seu peito, tentando libertar-se dos grilhões do desespero que
o envolviam com tanta rigidez.
Estava tão emerso na sua própria infelicidade que ao
princípio nem sequer deu pela alteração nos ruídos da
multidão. Ouviram-se gritos entre a populaça quando os
condenados apareceram, gritos que foram imediatamente
seguidos por troças, mas tudo isso esmoreceu e morreu como se
as pessoas ali em volta reconhecessem as terríveis
implicações da ocasião. A calma foi crescendo até ao momento
em que a praça ficou quase silenciosa, com a multidão de pé e
à espera dos homens que avançavam para desempenharem os
papéis principais naquele triste drama. Ainda não se
encontravam completamente à vista das testemunhas, ainda não
tinham chegado à plataforma mas o homem percebia que se
aproximavam por causa do modo como as pessoas junto à
plataforma se começaram a agitar, empurrando-se e
acotovelando-se para conseguirem ver melhor. Entretanto havia
mais gente a chegar à praça, pessoas que tentavam abrir
caminho até à frente, atraídas pelo súbito silêncio e pelo
aumento da agitação.

domingo, fevereiro 12, 2012

ERA UMA VEZ - UMA SAGA 1ªparte



Naquela manhã havia uma multidão amontoada em frente da
grande catedral de Notre Dame, sobre a multidão pairava uma
tensa expectativa, uma espécie de pressentimento contido,
como se as pessoas soubessem que o que iam ver não era apenas
mais uma humilhação pública de um criminoso.
Tratava-se de um acontecimento que até podia ser considerado
como sendo mais importante do que uma execução, e parecia que
o povo de sabia que a ocasião iria ser recordada
durante séculos uma vez que as pessoas haviam aparecido aos
milhares para assistirem. Agora, toda aquela gente aguardava
com uma expectativa semelhante à de uma multidão instalada à
beira da fossa dos ursos e à espera que lhes atiçassem os
cães.
Nunca a multidão seria tão densa se se tratasse de homens
vulgares, de gatunos ou de ladrões. Os parisienses, tal como
a maior parte dos habitantes das cidades do Norte, gostavam
de se amontoar para assistir aos castigos impostos aos
criminosos enquanto gozavam a atmosfera de Carnaval, bem como
o vivo e buliçoso comércio do mercado. Contudo, aquele era um
dia diferente e parecia que a cidade inteira se encontrava
ali para assistir ao fim de uma Ordem que todos haviam
reverenciado durante séculos.
De vez em quando, o Sol brilhava por entre as nuvens e
lançava breves clarões de calor sobre as pessoas reunidas na
praça. No entanto, durante a maior parte do tempo, a multidão
aguardava sob um céu cinzento de chuva e carregado de pesadas
nuvens. Aqueles clarões intermitentes limitavam-se a aumentar
ainda mais a sensação de depressão e de melancolia, como se
as súbitas explosões de luz solar troçassem dos homens e das
mulheres que se agitavam lentamente de um lado para o outro,
pondo em destaque o ambiente lúgubre que os rodeava. Contudo,
por outro lado, quando o Sol espreitava por trás da sua
cobertura e dava brilho à área, também punha em relevo as
cores das roupas e dos estandartes, afastando momentaneamente
a frieza daquele dia de Março e dava a toda a área uma aura
de alegria estival, como se os homens e as mulheres
estivessem ali para uma feira e não para a destruição de
milhares de vidas. Era como se o Sol pretendesse depreciar a
gravidade dos motivos que tinham dado origem ao ajuntamento e
tentasse aligeirar os espíritos de toda aquela gente com o
seu calor dador de vida.
Todavia, pouco depois, o Sol voltava novamente a ocultar-se
por trás das nuvens, tal como um homem a espreitar em busca
de um qualquer perigo antes de voltar a esconder-se no seu
abrigo, como se também ele se encontrasse demasiado nervoso e
receoso quanto às possíveis consequências daquele dia. Para o
homem alto e trigueiro que permanecia encostado contra a
parede da catedral, tanto aquelas nuvens escuras como os
súbitos clarões de luz serviam apenas para aumentar ainda
mais a sua sensação de irrealidade e de abatimento.
Era um homem seco de carnes e elegante, com um ar arrogante,
mas que no entanto parecia curiosamente contido no meio das
pessoas vulgares que se encontravam à sua volta, como se não
estivesse habituado à companhia daqueles homens e mulheres.
Tinha um corpo volumoso oculto sob o manto e poderia parecesse
com um daqueles cavaleiros itinerantes tão vulgares na
altura mas que, tendo perdido o seu senhor, deixara de
possuir rendimentos ou uma razão para a sua existência. Não
envergava um traje de batalha nem o uniforme de um grande
senhor, com uma orgulhosa insígnia bem à vista, mas sim uma
túnica gasta e suja por baixo de um manto de lã cinzenta.
Para além disso, parecia ter passado muitos dias e noites
sobre a sela ou a dormir nos descampados. Porém, a sua mão
nunca permanecia muito longe do punho da espada e estava
sempre pronta para o agarrar, como se esperasse um ataque de
um momento para o outro e se encontrasse constantemente
alerta, embora os olhos raramente pousassem nas pessoas que o
rodeavam. Era quase como se soubesse que nenhum dos homens
que se encontravam por perto constituía uma ameaça e se
sentisse suficientemente a salvo dos humanos. Conservava os
olhos sempre fixos na plataforma improvisada erguida ao lado
da parede da catedral, como se essa construção em madeira
simbolizasse, por si só, todas as ameaças.
Tudo começara há muito, muito tempo, mas no entanto ainda se
conseguia recordar do dia em que o inimaginável acontecera:
fora na sexta-feira, 13 de Outubro do ano de 1307. Era uma
data que sabia que nunca iria esquecer, uma data inventada
pelo próprio diabo! Oh, tivera muita sorte, encontra-se fora
do Templo com três companheiros, de visita ao navio que se
encontrava na costa, pelo que escapara às prisões que tinham
apanhado tantos dos membros da sua Ordem. Nem sequer ouvira
falar nesses acontecimentos até já estar de regresso a Paris,
na altura em que, nos arredores de uma pequena aldeola, fora
avisado para não prosseguir viagem porque, se regressasse à
capital, também seria preso e interrogado pela Inquisição.
Fora uma mulher quem o avisara a respeito dos crimes que
estavam a ser cometidos contra a sua Ordem. O grupo, que o
incluíra a ele, aos amigos e aos respectivos escudeiros,
detivera-se numa das bermas da estrada para comer quando a
mulher os avistara. Era pequena, tinha um rosto cor de cinza
e parecera-lhe uma pessoa bem-nascida por causa das roupagens
ricas - embora sujas e manchadas pela viagem - e encontrava se
incluída no grupo de seis outras que rodeavam o carro de
bois que passara por eles. Tinham passado junto ao tranquilo
grupo de cavaleiros e a mulher exibira um aspecto
desesperançado e de profunda infelicidade enquanto seguia ao
lado do carro com a cabeça baixa, a tropeçar de dor e de
tristeza. Todavia, levantara a cabeça, tivera um relance do
grupo através das lágrimas e sob ressaltara-se ao ver os
cavaleiros barbudos sentados à beira da estrada, com os elmos
tirados. Inicialmente parecera invadida por uma espécie de
esperança louca e ficara de boca aberta, com os olhos a
saltitarem rapidamente de um para outro daqueles homens que
comiam tranquilamente, para logo de seguida correr para eles
com o optimismo a dar lugar ao desgosto, chorando
ruidosamente e ignorando os gritos das companheiras.
Começara a chamá-los ainda antes de se aproximar mais do que
alguns passos, e fizera-o com uma voz quebrada e uma fala
balbuciante que provocara o espanto dos cavaleiros e os
levara a interromper a refeição e a perguntarem a si mesmos
se seria uma louca. Tinham dado ouvidos às suas tiradas
chorosas... e as palavras da mulher haviam-nos atingido com a
forma de um golpe de maça. O filho também era Templário,
dissera-lhes, e que pretendia ajudá-los e protegê-los.
Precisavam de evitar a capital e fugir para um lugar seguro,
para a Alemanha ou Inglaterra, para qualquer lado exceto
Paris. Não estariam a salvo em Paris, e talvez até em nenhum
lugar de França. Os cavaleiros tinham-se mantido sentados,
surpreendidos, e a mulher falara com o frágil corpo abalado
pelos soluços, por causa de um filho que sabia que estava a
ser torturado e que provavelmente não voltaria a ver, exceto
talvez na fogueira.
Segue.>>>

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

GUERREIRO DE DEUS



Deus me ama tão profundamente, que não me livra dos problemas que eu preciso enfrentar,
para que eu amadureça e me sinta mais forte.
Deus me ama tão profundamente, que não me poupa das tristezas e decepções,
que são necessárias para o meu crescimento.
Ele me dá uma vida, onde eu posso ter, na medida certa,
tudo que preciso para viver com honestidade.
Ele me fez entender que o meu tempo aqui é muito curto, para acumular coisas
desnecessárias à minha espiritualidade.
Ele tem me dado, principalmente, o que eu posso levar comigo, quando eu partir, e entregar a Ele, no momento do nosso encontro. Ele sabe que se eu tivesse uma vida de riquezas, provavelmente,
eu daria tanto valor as futilidades que até me esqueceria Dele. E se eu esquecesse Dele, logo chegaria um dia em que eu me sentiria extremamente infeliz.
Repleta de valores materiais, mas vazia por dentro.
Deus me ama tão profundamente, que me fez entender: Que o tempo que eu perco nas minhas lutas diárias, me aproxima mais Dele.
Que a dor física e a dor da alma me aproximam mais Dele.
Que nas minhas tristezas e decepções, Ele está sempre comigo.
O Senhor, em sua suprema sabedoria, sabe o que eu preciso para ser feliz.
Preciso de Deus, e do seu profundo Amor por mim.
num mundo onde as pessoas velem o que tem, não vou deixar que esses valores me afetem também.
Onde estiver o vosso tesouro, ai estará também o vosso coração num domingo de tempo comum.
Pois vai chegar o tempo em que as pessoas não vão dar valor ao verdadeiro ensinamento, mas seguirão os seus próprios desejos, e arranjarão para si mesmas uma porção de mestres, que vão dizer à elas o que elas querem ouvir.
Fé não é achar que Deus fará tudo o que você quiser, fé é crer que Ele fará o que é melhor para você.
Que Deus possa ser sempre o seu refúgio nos momentos de aflição... E não se pergunte o porquê da prova... Mas sim o para quê! Perguntas sábias geram respostas corretas! 
O bom lutador, não desiste da batalha, mas ganha fôlego, e retoma o ânimo para a guerra... Então não desista, nunca pare de lutar, e nem dos seus sonhos; Porque ao cansado Ele dá força para lutar, ao abatido Ele dá ânimo para vencer, ao triste Ele dá alegria de viver.
"Eu sou o teu Deus, em mim encontraras Descanso e refúgio, te amo tanto, por isso dei a minha vida para te livrar dos seus pecados, venha, estou aqui para te abraçar e te renovar, vinde a mim meu filho amado".
"Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, Invocai-o enquanto está perto".

                                  Um simples "toque" mudará o rumo de sua vida!


Em 52 dias os muros de Jerusalém foram reconstruídos, as portas restauradas e todo povo se alegrou em seu Deus. Essa vitória começou com Neemias, um homem que se importou.
Abraão se importou, e Deus enviou anjos para conduzirem Ló para fora de Sodoma, salvando este e sua família.
Moisés se importou, obedeceu a Deus, e os hebreus foram libertos do Egito. 
Davi se importou, e conduziu Israel de volta ao Senhor. 
Ester se importou, e arriscou sua vida para falar ao rei e Salvar a nação do genocídio. 
Paulo se importou, e anunciou o evangelho em todo o Império Romano. 
Jesus se importou e morreu na cruz em nosso lugar, assegurando salvação para todos aqueles que Nele crêem e obedecem-lhe.
Quem duvida disso não conhece a natureza humana.